Sexualidade

A sexualidade do adolescente é influenciada por variáveis biológicas, sócio-culturais e psicológicas. O adolescente, ao exercitar sua sexualidade, volta-se para o próprio corpo na busca de sensações e prazeres. A maioria das adolescentes tende a idealizar no relacionamento sexual o lado afetivo e romântico, enquanto os adolescentes buscam a satisfação do prazer na genitalidade.

A identidade sexual vai sendo construída ao longo do tempo. As meninas recebem objetos e estímulos que levam a sentimentos de identificação com a mãe e com o papel feminino (papel social); da mesma forma os meninos são estimulados à identificação com o pai e com o papel masculino. Durante esse período, os adolescentes além de ter como referência a família, eles se voltam para o grupo social (“a turma”) como forma de atestar a normalidade das mudanças corporais da puberdade, compartilhando as novidades e inseguranças dessa fase.

A identidade sexual é constituída pelo sexo biológico (pênis ou vagina), identidade de gênero (sensação interna de se sentir homem ou mulher) e orientação afetivo-sexual (sensação interna do desejo, da atração). Essa orientação pode ser pelo sexo oposto (heterossexual), pelo mesmo sexo (homossexual) ou por ambos os sexos (bissexual).

Atualmente, o início da vida sexual de adolescentes tem ocorrido cada vez mais cedo, elevando o índice de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e de gravidez nessa fase. Os adolescentes vivem uma situação confusa no exercício da sua sexualidade, pois recebem estímulos eróticos especialmente dos meios de comunicação, mas ao mesmo tempo sua experimentação sexual é reprimida pelos adultos, com consequentes conflitos, sentimentos de culpa e desamparo.

A sexualidade é atualmente um dos assuntos mais veiculados nos meios de comunicação em especial na internet, sendo esse frequentemente o meio mais acessado por adolescentes para sanar suas dúvidas, curiosidades ou diversão. A internet possibilita qualquer tipo de informação com pouco ou nenhum controle sobre o conteúdo, podendo influenciar os valores ou condutas dos adolescentes. Disponibiliza sites pornográficos, podendo interferir no seu desenvolvimento psicossocial e sexual, promovendo modelos e comportamentos sexuais inadequados.

A TV e a internet liberam acesso pelas crianças e adolescentes, cuja imaturidade dificulta a diferenciação entre fantasia e realidade, de conteúdos eróticos e apelos sexuais vinculados a músicas, propagandas, filmes, programas, revistas, jogos e web, sem controle ou censura prévia, podendo ser prejudiciais e influenciar comportamentos de risco como iniciação sexual precoce, sexo casual, desprotegido, variabilidade de parceiros, aumentando o risco de ISTs e gravidez, violência, consumo de álcool, tabaco, drogas, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, impondo padrões de beleza e comportamentos erotizados.

A educação sexual pela família, escola, mídia (especialmente TV e internet) e profissional capacitado (hebiatra), influência positiva ou negativamente nas concepções do sujeito acerca da sexualidade, promovendo mudanças em suas atitudes, dependendo da qualidade das informações e de como elas são recebidas pelo indivíduo. A educação sexual engloba o ato de informar, orientar e aconselhar, mas é um processo que não pode ser restrito a nenhuma dessas atitudes.

Comportamento sexual

Masturbação – autoerotismo praticado principalmente na fase inicial da adolescência pela maioria dos meninos e menos pelas meninas. Atualmente, ainda existem mitos e tabus como a de que essa prática seja causa de acne, ginecomastia, anemia, impotência e vício, apesar da ausência de comprovação científica.

Ficar – é um estágio intermediário entre paquera e namoro que surgiu em meados da década de 1980. Não há compromisso no relacionamento, envolvendo geralmente beijos, carícias e raramente relacionamento sexual. É uma fase de experimentação e de treinamento das relações sociais e ocorre mais na fase inicial da adolescência.

Rolo – é quando os parceiros “ficam” várias vezes e por mais tempo, mas ainda sem compromisso. Fase intermediária entre o ficar e o namoro.

Namoro – é mais comum quando o adolescente está menos egocêntrico, mais confiante e se acomodando mais com o novo corpo. Geralmente, são relacionamentos idealizados, intensos e fugazes. Na maioria das vezes os pais são contra esse tipo de relacionamento por medo de atrapalhar os estudos ou o convívio social (amigos e família).

Iniciação sexual – normalmente ocorre com a(o) namorada(o) entre 14 e 15 anos. Geralmente, é permeada de dúvidas, conflitos e inseguranças. Os meninos se preocupam com o desempenho, medo de perder a ereção, da avaliação do tamanho do pênis pela menina, usar camisinha, de gravidez ou de contrair uma IST. Já as meninas medo de engravidar ou de IST, de sentir dor, de não conseguir ter orgasmo, de não corresponder à expectativa dos meninos, culpa por perder a virgindade, de perder o namorado ou dele contar para os amigos.

Métodos Anticoncepcionais

Contracepção na adolecência